#TermineiDeLer: Convergência: Os Novos Titãs

Editora Panini Comics – data de publicação: fevereiro de 2016 – 100 páginas

Gotham City da Terra 1 pré-Crise vs. Central City do Universo Tangente: acho que podemos concordar que todos os principais heróis da DC estavam nesta versão de Gotham no momento em que a cidade foi sequestrada pelo Telos, certo? Unidos sob a liderança e apoio emocional de Donna Troy, os Novos Titãs continuaram atuando, usando equipamentos tecnológicos para suprir a falta dos poderes durante o ano presos sob o domo. Asa Noturna e Estelar uniram-se em matrimônio nesse período, o que viria a acontecer também na cronologia normal. Porém, a natureza violenta da Estelar sobressaiu-se muito enquanto aprisionados, o que provocou sérios atritos entre ela e o marido. Já o Ciborgue foi afetado de outra forma: seus componentes cibernéticos se deterioraram por falta de acesso à manutenção adequada (gerando uma contradição com a outra história da edição, como veremos em seguida). Com a queda do domo, a Patrulha do Destino do Universo Tangente, um grupo do futuro sem nenhuma relação com os exóticos heróis mais conhecidos que usam o mesmo nome, tomou a iniciativa de atacar os Titãs, já que eles lutam para salvar seu mundo também de uma ameaça em seu período de origem. Eles tinham vantagem sobre os Titãs no primeiro round, mas recuaram, pois um deles percebeu que as baterias usadas pelas partes robóticas do Ciborgue poderiam alimentar o dispositivo de viagem no tempo deles. A heroína Águia Flamejante, da Patrulha do Destino, entrou em contato em segredo com o Asa Noturna, propondo um encontro. (Tem uma referência aqui: Asa Noturna e Águia flamejante eram uma dupla de heróis lendários de Krypton. O próprio Superman já usou estes codinomes, em parceria com Jimmy Olsen e Lois Lane, e foi nestas histórias contadas por ele que Dick Grayson se inspirou quando abandonou o traje de Robin.). Eles conversaram, mas quando estavam perto de um entendimento, o grupo dela atacou novamente, sequestrando o Ciborgue. Enquanto os Titãs se desentendiam, especialmente Estelar e Asa Noturna, o Ciborgue conseguiu emitir um sinal, captado pelo Mutano. Os dois grupos lutaram novamente. O herói de pele verde libertou o amigo robótico, que ameaçando explodir a todos conseguiu que os dois grupos se unissem para lutar contra o verdadeiro inimigo, Telos. O roteirista desta história é Marv Wolfman, o mesmo da fase áurea dos Titãs desta época. Ele tentou aqui reproduzir a mistura de aventura e dramas pessoais que eram a marca desta fase. Aqui, soou um pouco exagerado sem o contexto da época, mas mesmo assim o resultado é muito bom. Destaco também a arte, belíssima, a começar pela capa. Gotham City pré-Ponto de Ignição vs. Nova Iorque de Angor: mais conhecida como Terra 8, Angor é a versão do universo Marvel dentro do multiverso da DC, nesta história representada pelos seus principais vilões. Oriundo do seu pior momento, logo depois de perder a filha e o braço direito, Arsenal aparentemente se adaptou a uma vida fora do heroísmo, assim como suas colegas Estelar e Donna Troy. Mutano e Ciborgue não tiveram esta oportunidade: o herói transmorfo ficou preso como um pombo ao perder os poderes, enquanto que o seu amigo robótico viu suas partes cibernéticas pararem de funcionar. O mesmo aconteceu com o braço protético do Arsenal. Aqui está a contradição que eu citei anteriormente, pois em nenhuma outra edição de Convergência, inclusive na outra história desta edição, heróis com aprimoramentos tecnológicos perderam o controle destes. Com a queda do domo, descobrimos que o Arsenal na verdade não tinha abandonado totalmente sua vida anterior, pois espalhou armas em pontos estratégicos da cidade, preparando-se para uma eventualidade como a que acabou acontecendo. Ao enfrentarem os vilões de Angor, ele foi surpreendido por uma proposta: Pesadelo, um dos vilões, recuperou sua filha, Lian, de outro período temporal, e prometeu que Arsenal ficaria com ela se traísse seus amigos. Ele pareceu realmente tentado pela oferta, mas por fim traiu e enganou o pesadelo. Usando as armas escondidas pela cidade, os Titãs conseguiram fazer com que os vilões de Angor batessem em retirada. A história é boa, e a bela arte contribui para isso, mas o problema é que nos relembra de uma fase sofrível do Arsenal, em que ele foi usado como saco de pancadas pela editora.

Nota do Vini: 8 /10 😃