Editora Panini Comics – data de publicação: setembro de 2020 – 144 páginas
Nota da edição: 9 / 10 😃
Atenção: este texto contém spoilers!
Aos 11 anos, Diana é uma criança feliz crescendo em Themyscira. Mas apesar dos atrativos da ilha e da sociedade amazona, ela começa a se ressentir por não ter mais tanta atenção da mãe, a Rainha Hipólita. Ela sente falta de outras crianças, já que é a única na ilha, e está naquela fase da pré-adolescência em que acha que ninguém a compreende, suas necessidades e anseios. Um dia, após as aulas, ela ajudava uma das amazonas que fazia vasos de barro. Ela pediu um pouco do barro e foi até a praia. Usando o barro e areia, ela esculpiu uma menina da sua idade, e a chamou de Mona. Ela desejou que a menina se tornasse de verdade, como sua mãe fez com ela, mas, aparentemente, não funcionou. Mais tarde, ao perseguir um vulto na mata, ela descobriu que o seu desejo foi atendido, e Mona criou vida! Porém, diferentemente dela, Mona ainda aparentava ser feita de barro e areia, não se tornando uma menina de verdade.
Elas rapidamente ficaram amigas, mas Mona pediu que Diana não contasse a ninguém sobre ela, pois se envergonhava por não ser de verdade. Diana concordou, e passou a dedicar grande parte do seu tempo livre com a nova amiga. Elas brincaram e exploraram por toda a ilha, mas Diana logo percebeu que sua amiga não se importava em quebrar as regras. Um dia, Mona a convenceu a matar a aula, para passarem mais tempo juntas. Para despistar, Mona instruiu a Diana que fingisse ter se acidentado, e assim sua mãe esqueceria que ela matou aula. O plano a princípio deu certo, mas logo Hipólita percebeu que a filha não estava machucada de verdade, e que mentiu sobre o acidente. Ao ser confrontada, Diana reagiu com revolta, reclamando que a mãe e as outras não a consideravam uma verdadeira amazona. Aproveitando este sentimento, Mona convenceu Diana a ir até a ilha em que ficavam os portões do Tártaro, cuja guarda foi incumbida às amazonas pelo próprio Zeus. Somente uma amazona de verdade poderia abrir os portões. Mona disse à Diana que ela deveria tentar apenas destrancar os portões, sem abri-los, e assim saberia se era uma verdadeira amazona. Apesar de relutante, Diana tirou a trava, e ficou satisfeita por ter conseguido. Ela se afastou dos portões para procurar pela Mona, e ao voltar encontrou a amiga abrindo os portões, fingindo ser mais uma brincadeira. Imediatamente, diversos monstros que estavam presos fugiram.
As amazonas que guardavam o portão enfrentaram os monstros, enquanto Diana correu para acender a pira que alertaria o restante das guerreiras na ilha principal. Porém, ao chegar, ela foi atrapalhada por Mona, que disse que Diana iria se meter em mais encrencas se revelasse estar na ilha dos portões do Tártaro. Mona disse que ela mesma acenderia e a pira, e Diana pareceu convencida. Assim que ela se virou, porém, Mona desapareceu sem acender a pira. Preocupada com a amiga, Diana voltou e colocou fogo na pira, acionando o alarme e revelando sua presença. Ela tentou ajudar na luta quando as outras amazonas chegaram para prender os monstros de volta. Aproveitando-se do seu tamanho, ela se desviou dos monstros para tentar fechar novamente os portões. Ao serem derrotados, os monstros perdiam sua forma física e seriam tragados pelo Tártaro, mesmo que os portões estivessem fechados, mas Diana não tinha força para fechá-los sozinha. Mona reapareceu neste instante, e tentou fazer com que Diana desistisse de ajudar. Ao perceber que a amiga não lhe dava ouvidos, ela finalmente se revelou: era na verdade Circe, a feiticeira. Circe contou que foi traída por Hipólita, que por inveja dos seus poderes teria roubado seu anel mágico, jogando-o no Tártaro. Ao perceberem Circe, as outras amazonas a atacaram, mas ela as transformou em animais. Porém, não conseguiu fazer o mesmo com Diana, e percebeu que ela era algo mais que uma amazona comum.
Chegando para salvar o dia, Hipólita mostrou porque era a rainha, e usando suas habilidades e o laço mágico conseguiu prender a vilã. Mas ainda faltava fechar os portões do Tártaro, e Diana era a única amazona por perto que não havia sido transformada em animal. Ela teve medo de falhar novamente, mas com o estímulo da mãe tentou mais uma vez. E desta vez, ela conseguiu! Fechados os portões, com todos os monstros presos, Hipólita precisou negociar com Circe. Ela aceitou libertar a feiticeira, e em troca Circe transformou de volta as amazonas em pessoas. Por fim, Diana se desculpou, e aceitou sua punição. Ela deveria ajudar a consertar todos os estragos que causou, e ainda passaria a ser responsável por monitorar toda a vida animal da ilha, o que ela já fazia por diversão em seu tempo livre. Percebendo que havia deixado sua filha de lado, Hipólita também se desculpou e passou a dedicar mais atenção à Diana.
Este quadrinho é mais um com que, com sucesso, a DC tenta se aproximar do público infantil. A história traz uma bela lição de vida, ao mostrar Diana antes de ser a poderosa e sábia Mulher-Maravilha. Aqui ela é apenas uma criança, com os anseios e neuras típicos da idade, e com o agravante de ser a única em um mundo de mulheres adultas, fortes e independentes. Aos poucos, ela percebe que precisa ter paciência, e que um dia ela mesma também será uma delas. Mas ela não é a única a aprender uma lição, pois fica claro que sua mãe, Hipólita, também falhou, ao dedicar todo o seu tempo aos afazeres de rainha, deixando Diana aos cuidados das tutoras. Ela aprendeu que suas obrigações como mãe são tão ou mais importantes quanto o seu trabalho. Acompanha o excelente texto a arte belíssima, clara e colorida. Apesar do óbvio tema feminino, a história com certeza também agrada aos meninos. Leia com os seus pequenos!
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