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#Resenha Star Wars: Um Novo Amanhecer (John Jackson Miller / Editora Aleph)

Sinopse da editora:

“Desde os terríveis acontecimentos em STAR WARS – Episódio III: A vingança dos Sith, quando todos os Jedi foram perseguidos e condenados à morte, Kanan Jarrus tem vivido na clandestinidade, evitando criar problemas com o Império. Porém, um embate mortal entre as impiedosas forças imperiais e os revolucionários desesperados se mostra próximo demais e impossível de se ignorar. A honra e o senso de justiça do cavaleiro Jedi despertam, e ele volta à ação em uma batalha de grandes proporções contra o mal. Mas Kanan não vai lutar sozinho. Ele contará com a ajuda de aliados improváveis, incluindo a misteriosa Hera Syndulla – que parece ter suas próprias motivações. Enquanto uma crise de proporções apocalípticas surge no planeta Gorse, o grupo enfrenta as forças mais poderosas da galáxia, em defesa de um mundo e de seu povo. Nesta primeira aventura juntos, os protagonistas da série Rebels conquistam seu espaço entre os maiores heróis da série STAR WARS, rumo à luta contra o Império.”

Ficha técnica:

  • Autor: John Jackson Miller
  • Editora: Aleph (atualmente o livro está fora de catálogo na editora)
  • Formato 23 x 15.6 x 2.4 cm
  • Capa cartão
  • 424 páginas

Compre na Amazon:

Como todo nerd que se preze sou um grande fã da trilogia clássica de Star Wars. Não tive a oportunidade de assistir a nenhum dos três filmes no cinema, mas assisti muitas vezes ao longo dos anos 1980 e 1990, e também depois de adulto. Aliás, está quase chegando na hora de apresentá-los a meu filho mais novo (a mais velha já assistiu e virou fã também, diga-se). Por isso, desde o Episódio I – A Ameaça Fantasma, não perdi a oportunidade de assistir a nenhum Star Wars no cinema. Sei dos defeitos da trilogia prequel, mas gosto bastante dos três filmes, talvez por terem sido minha primeira experiência com Star Wars no cinema. (Não vou defender aqui a nova trilogia – porque eu não consigo! 😅)

Entre o público iniciado, Star Wars não é só os filmes. O universo expandido da saga é provavelmente o maior que existe, com literalmente centenas de histórias em quadrinhos, livros, jogos eletrônicos e de tabuleiro, além, é claro, das animações. Era neste ponto que eu queria chegar, pois é quase um consenso entre os fãs que as séries Star Wars – The Clone Wars e Star Wars Rebels estão entre as melhores coisas da saga desde a trilogia clássica, juntamente com o excelente The Mandalorian, todos disponíveis no Disney+.

The Clone Wars se passa depois do final do Episódio II – Ataque dos Clones até o final do Episódio III – A Vingança dos Sith, enquanto que Rebels acontece no longo período entre o episódio III e o Episódio IV – Uma Nova Esperança, mas não se aproxima de nenhum deles, ao contrário da primeira série. A história começa 14 anos depois da ascensão do Imperador Palpatine ao poder, e termina 5 anos antes da primeira aventura de Luke Skywalker e seus amigos.

Rebels conta a história da tripulação da nave Ghost, que executa missões perigosas para a Aliança Rebelde, como o nome da série sugere. Eles são liderados pela experiente capitã Hera Syndulla, e pelo ex-Jedi Kanan Jarrus. Um Novo Amanhecer conta como estes dois se conheceram, e como a Hera levou Kanan a se juntar à rebelião. Infelizmente, o livro está fora de catálogo na editora Aleph. A editora Universo dos Livros, através do selo Universo Geek, tem publicado novos livros de Star Wars, mas não lançou até agora nenhum dos que a Aleph tinha no catálogo.

Cuidado: alerta de spoiler!
Cuidado: alerta de spoiler!

O livro começa voltando um pouco mais no tempo, e vemos Kanan, então ainda usando seu nome de batismo, Caleb Dume, como um youngling  (crianças sensitivas à Força, que são treinadas na Academia Jedi e podem vir a se tornar Padawans, os aprendizes dos Mestres Jedis). Ele assiste a uma aula do Mestre Obi-Wan Kenobi, que ensina a eles sobre o dispositivo de comunicação que pode ser usado para convocar todos os Jedis de volta para o Templo. Caleb pergunta se o mesmo dispositivo pode ser usado para dispersar os Jedis, o que deixa Obi-Wan pensativo. Anos mais tarde, durante o expurgo provocado pela Ordem 66 (visto no Episódio III), o próprio Obi-Wan usa o dispositivo desta forma, para alertar os Jedis sobreviventes a se esconderem, e Caleb foi um deles.

Kanan Jarrus
Kanan Jarrus

Anos mais tarde, Caleb trabalha como piloto de uma nave cargueira no planeta Gorse, tendo adotado o nome Kanan Jarrus para esconder sua origem Jedi. O planeta era a principal fonte do mineral torilídio para o Império, uma substância rara e indispensável, mas após o esgotamento de suas reservas as empresas de mineração instalaram-se na lua Cynda, também rica no minério. A operação de mineração é vigiada de perto, e com mão de ferro, pelo Conde Vidian, enviado pelo próprio Imperador. Trata-se de um ciborgue implacável que lembra muito o Darth Vader, embora não seja Sith. Vidian ordena a destruição de uma nave que atrapalhava o tráfego, simplesmente por perceber que o capitão simulava um defeito no equipamento.

Conde Vidian
Conde Vidian

A cena foi testemunhada por Hera Syndulla, que visitava o planeta em missão para a Aliança Rebelde, para obter informações com um contato. Kanan pousou na lua de Cynda e começou a descarregar a nave, que transportava explosivos que seriam usados para abrir novos veios de mineração. Enquanto conversava com seu único amigo, Okadiah Garson, ele percebeu que um dos especialistas nestes explosivos, Skelly, esbravejava com a Chefe Lal, responsável pelos trabalhos. Skelly era um veterano das Guerras Clônicas, quando perdeu um braço que foi substituído por um membro mecânico. Ele tentava convencê-la de que o local onde os explosivos seriam usados não era seguro, e poderia provocar uma reação em cadeia que destruiria a lua inteira.

Skelly
Skelly

Skelly tentou convencer Kanan a ajudá-lo, mas sem sucesso. Durante a discussão dos dois, Skelly disse que o Império deveria tomar cuidado, ou teria que lidar com uma tragédia. A frase foi ouvida pelo sistema de vigilância do Império, e normalmente seria interpretada como um devaneio de um louco. Porém, graças ao Conde Vidian, que ordenou um endurecimento na vigilância, Stormtroopers foram enviados para prender Skelly. Vidian inspecionava as operações naquele instante, e espalhou os famosos soldados imperiais pelas minas. Hera, que se esgueirava pelos túneis seguindo Vidian, acabou encontrando-se com um dos troopers, mas conseguiu livrar-se dele.

Hera Syndulla
Hera Syndulla

Os Stormtroopers também encontraram Skelly, mas, confirmando a fama de ineficiência destes soldados, assim como Hera ele também conseguiu fugir. Ao encontrar trabalhadores idosos nas minas, Vidian ordenou que o limite de idade fosse diminuído, e eles deveriam ser demitidos. O diretor responsável questionou a ordem, pois os trabalhadores ainda eram produtivos, mas em um surto de raiva pela insubordinação Vidian espancou-o até a morte. Prosseguindo na inspeção, Vidian encontrou Okadiah, que também era idoso, e o ameaçou. Kanan chegou ao local no mesmo instante, apontando uma arma. Ele explicou que Okadiah compartilhava sua experiência com os outros mineradores, e por isso era essencial para a operação. A explicação satisfez Vidian, que virou as costas e se foi. Escondida, Hera testemunhou a coragem e ousadia de Kanan.

Ao chegar aos destino de sua carga de explosivos, o mesmo local que Skelly alertava ser perigoso, Kanan pressentiu que havia algo errado. Ele viu a caixa de ferramentas de Skelly num canto, ao mesmo tempo que os trabalhadores no local encontraram timer de uma bomba, restando apenas 30 segundos. Ele gritou para que todos corressem do local, e ele fez o mesmo, levando consigo os explosivos e seu amigo, Okadiah. Kanan foi obrigado a usar a Força para conseguir salvar o amigo e evitar que os explosivos fossem atingidos, o que multiplicaria o estrago exponencialmente. Ele temeu que os imperiais percebessem seus poderes Jedi, mas conseguiu evitar ser descoberto.

O Conde Vidian ordenou que nenhuma nave decolasse da lua, mas Kanan conseguiu levantar voo antes disto. Ele pretendia devolver a nave aos seus empregadores e fugir de Gorse assim que possível, mas assustou-se ao perceber a movimentação dos imperiais. Eles procuravam Skelly, que havia se escondido na nave de Kanan! Porém, os imperiais não desconfiaram da nave que se afastava, e ele pôde prosseguir. Skelly confessou a Kanan ser o responsável pela explosão, mas ele pensava que o setor estaria deserto naquela hora. Para não se comprometer, Kanan o prendeu e pretendia entregá-lo às autoridades em Gorse. Mais uma vez, Hera estava por perto, em sua própria nave, e resolveu segui-los.

Kanan entregou Skelly aos responsáveis pela empresa Moonglow, em que trabalhava, junto com sua nave, seu crachá e um pedido de demissão. Ele queria deixar o sistema imediatamente. Também em Gorse, os stormtroopers prenderam Hetto, funcionário da equipe de vigilância. Era ele o contato secreto de Hera, e antes de ser preso ele conseguiu passar para sua chefe, Zaluna, um dispositivo de dados, pedindo que ela o levasse ao encontro com a rebelde.

Não é a Zaluna, apenas um sullustano anônimo
Não é a Zaluna, apenas um sullustano anônimo

Enquanto comia uma refeição em uma cantina, Kanan foi provocado por um encrenqueiro local. Ao ir atrás dele, ele percebeu que uma figura encapuzada conversava com o encrenqueiro e seus comparsas, e o bando dispersou sem dar atenção a ele. Eles ajudaram Hera a distrair a segurança da Moonglow, enquanto ela libertava Skelly. Depois, na hora de acertar o pagamento, os bandidos pediram mais dinheiro, e Kanan ajudou Hera a livrar-se dele. Eles conversaram brevemente, e Kanan ficou encantado com sua beleza, coragem e astúcia. Ela o deixou boquiaberto e sumiu na noite.

Mais tarde, Hera conversou com Skelly no esconderijo dele. Ele mostrou a ela todos os dados que tinha reunido, e compartilhou de sua preocupação de que a mineração descontrolada acabaria por destruir a lua, e Gorse por tabela, graças ao delicado equilíbrio gravitacional entre os dois astros. Ela não achou que essas informações poderiam ajudar a rebelião, por isso foi embora, deixando-o decepcionado. Ela foi ao bar de Okadiah, onde encontrou-se com Zaluna e um empolgado Kanan. Zaluna desabilitou o sistema de vigilância imperial no bar, e mostrou a Hera o cubo de dados fornecido por Hetto. Ela disse que Hera não poderia ficar com o cubo, mas poderia copiá-lo.

Enquanto Hera decidia se poderia confiar sua missão também ao Kanan, Skelly entrou no bar, chamando atenção. Alguns stormtroopers entraram logo após ele, e por pouco Kanan não conseguiu escondê-lo – e convencê-lo a se esconder – a tempo. Skelly queria se entregar para poder conversar com o Conde Vidian. Kanan e Hera conseguiram despistar os soldados imperiais, que foram embora sem encontrar seu alvo. Zaluna aproveitou a confusão para também sair, antes que Hera pudesse copiar os dados. Quando sozinhos, Hera pediu a Kanan que emprestasse a ela o seu crachá da Moonglow, para entrar na empresa quando da visita do Vidian, e ele concordou em ajudá-la.

Capitã Rae Sloane
Capitã Rae Sloane

No dia seguinte, o Conde Vidian pousou em Gorse, juntamente com a capitã Sloane, comandante provisória do destróier imperial que o servia, e vários stormtroopers. Eles foram recebidos na Moonglow pela diretora da empresa, Lal, e seu chefe de segurança e marido, Gord Grallik. Ambos são da espécie besalisk. Enquanto Lal mostrava as instalações para Vidian, Skelly invadiu a empresa usando os túneis dos esgotos. Ele se aproveitou de um momento em que Vidian ficou sozinho para abordá-lo, falando de suas preocupações sobre a mineração na lua. Porém, ao contrário do que ele esperava, Vidian reagiu violentamente, e o espancou sem piedade. Ao ser jogado para longe Skelly aproveitou para fugir, novamente usando os túneis que só ele conhecia.

Também não é o Gord Grallik, apenas um besalisk anônimo
Também não é o Gord Grallik, apenas um besalisk anônimo

Enquanto os stormtroopers procuravam por Skelly, Vidian recebeu uma comunicação do barão Lero Danthe,seu desafeto. O barão lhe informou, com indisfarçável satisfação, que o imperador ordenou que Vidian triplicasse a produção de torilídio, algo quase impossível. Em um acesso de fúria, Vidian matou a chefe Lal, jogando-a em um tonel de ácido. O marido dela, Gord, chegou logo em seguida, e por pouco não pulou no tanque para tentar salvá-la, mas foi impedido por Hera. Ela contou que foi Vidian quem a empurrou no tanque. Pouco depois, Hera se juntou a Kanan, e contou também a ele o ocorrido. Eles tinham a intenção de seguir o vilão no hoverbus de Okadiah, um velho “ônibus” voador que agora limitava-se a planar sobre o solo, mas uma explosão os impediu. Foi obra de Skelly, que em seguida roubou uma moto dos stormtroopers e fugiu.

Na confusão que se seguiu à explosão, o Conde Vidian e os imperiais usaram o hoverbus para fugir em direção ao espaçoporto. Kanan e Hera conseguiram roubar um caminhão de transporte de torilídio refinado, que seguia o mesmo destino, e foram atrás do hoverbus. Tendo saído na frente, Skelly já aguardava Vidian no local. Quando Kanan e Hera chegaram e se aproximaram sorrateiramente do hoverbus, uma nova explosão ocorreu. Eles se protegeram como puderam, e entraram no hoverbus acompanhados do autor do ataque, o próprio Skelly. Eles foram vistos por Vidian, mas aparentemente apenas o Skelly foi reconhecido. Os imperiais começaram a atirar imediatamente e eles revidaram, mas não teriam chance de escapar se não fosse pela chegada de Gord, que armado até os dentes pretendia vingar a morte da esposa. Isto deu a eles tempo para fugir com o hoverbus, mas Gord foi morto pelo próprio Vidian.

O trio foi perseguido pelos imperiais, que enviaram até dois caças TIE para tentar impedi-los. Graças a incrível habilidade de Hera na pilotagem da nave, eles conseguiram despistar os perseguidores no solo, mas ainda faltavam os caças. Kanan conseguiu derrubar um deles, abrindo um velho paraquedas que encobriu a visão do piloto. E uma última manobra milagrosa, quando Hera conseguiu fazer o hoverbus voar, confundiu o piloto do segundo caça, que ao se desviar para evitar o choque acabou também caindo. Kanan orientou Hera a pousar em um campo de mineração abandonado, cheio de sucatas de velhos equipamentos, o local perfeito para se esconderem.

Ao pousarem o hoverbus, eles perceberam um barulho vindo de dentro dele. Era Zaluna, que havia se escondido dentro do banheiro no dia anterior, e ficara presa. Ao sair, ela imediatamente procurou pelo equipamento de escuta do império, um velho transmissor que enviava suas gravações de tempos em tempos, e ainda tinha os dados dos últimos dias. De volta à cantina de Okadiah, o grupo se reuniu para assistir a gravação do período em que os imperiais usaram o veículo. E descobriram, horrorizados, que Vidian pretendia explodir a lua, Cynda.

Skelly percebeu que o conde Vidian, afinal, leu os relatórios que ele produziu, e neles estava demonstrado como era possível destruir a lua. De posse destas informações, os técnicos a serviço do Vidian teorizaram que a o torilídio poderia ser minerado a partir dos destroços da lua, e a uma velocidade incrivelmente mais rápida do que pelo processo tradicional. O volume que seria minerado em centenas de anos poderia ser obtido em poucas horas. Porém, a destruição da lua teria consequências imprevisíveis ao planeta, Gorse, que provavelmente se tornaria inabitável, e a população que não fosse evacuada morreria. Mesmo sob os protestos da capitã Sloane, Vidian considerou que os custos eram aceitáveis, e que um teste deveria ser feito para se verificar a viabilidade técnica da destruição da lua.

Mesmo decidida a ir atrás do Vidian para impedi-lo, Hera dispensou a ajuda do Kanan, pois achava que ele não estaria disposto a se tornar um rebelde, como ela, e arriscar sua vida. Contrariado, ele acabou se afastando. Mas não foi longe: assim que eles se separaram, uma explosão colossal na lua chamou a atenção de todos no planeta. Uma área com cerca de cem quilômetros (quadrados? De comprimento? O livro não especifica a medida) da lua foi destruída. Imediatamente Kanan percebeu que a região da explosão era exatamente onde os mineiros trabalhavam, e onde o seu amigo Okadiah estava naquele momento. Desesperado, ele voltou até a Moonglow e surrupiou sua antiga nave de transporte, e foi atrás da Hera. Ele sabia que ela era uma piloto melhor do que ele, e que ela poderia levar a nave através dos destroços mais rapidamente. Skelly e Zaluna também embarcaram, e Hera os levou até a área destruída da lua. Entretanto, eles chegaram tarde, e Kanan encontrou o corpo sem vida do seu amigo.

O Conde Vidian ficou exultante com os resultados do teste. A maior parte do torilídio pôde ser minerado, aumentando a produtividade exponencialmente, como havia sido teorizado. Ele preparou um comunicado falso informando que a lua tinha sido atingida por um cometa, e ordenou que todas as nave de carga disponíveis o seguissem até o sistema Calcoraan, onde ele pretendia conseguir todo o explosivo de que precisaria para a destruição da lua. Unânime, o grupo improvisado de heróis decidiu obedecer a ordem e segui-lo, para atrapalhar seus planos. Chegando na estação espacial em Calcoraan, eles vestiram trajes hazmat para se disfarçarem e se infiltraram entre os trabalhadores.

Depois de despistar a capitã Sloane, e depois de uma longa caminhada pela enorme estação, eles perceberam um dróide médico, e resolveram segui-lo. Assim, descobriram o alojamento particular do Conde Vidian, onde diversos dróides médicos faziam a manutenção do seu corpo semi-robótico. Kanan e Hera invadiram o quarto, e lutaram contra o Vidian. Apesar de darem algum trabalho, Hera acabou presa em um campo de estase, e o Kanan, derrotado. Vidian chamou um dróide para torturar Kanan, mas foi surpreendido quando o robô desviou do seu prisioneiro e injetou nele algo que o derrubou quase instantaneamente. Skelly e Zaluna surgiram logo depois, triunfantes pelo sucesso em reprogramar o dróide.

Os quatro discutiram, então, sobre o que fazer. Skelly queria assassinar o Vidian, mas foi voto vencido. Eles decidiram buscar mais informações no computador do vilão, mas este parecia impossível de ser invadido. Foi então que Kanan percebeu um sistema mais vulnerável disponível: a memória robótica do próprio Vidian. Usando um acesso de dados no crânio dele, uma espécie de “porta USB”, Zaluna não teve dificuldades para acessar a memória do Vidian. Eles puderam assistir as últimas horas vividas pelo Conde, e com isso conseguiram a senha de acesso ao sistema. E descobriram, surpresos, que na verdade o teste de extração do torilídio na lua de Cynda não foi um sucesso, e quase todo o minério havia sido perdido.

O verdadeiro relatório sobre o resultado do experimento havia sido adulterado por um técnico de segurança chamado Lemuel Tharsa. Hera já conhecia este nome, mas nunca havia visto o homem pessoalmente. Investigando mais, descobriram que Tharsa era a verdadeira identidade do Vidian. Ele havia sido um técnico desacreditado por seus superiores, que contraiu uma doença degenerativa fatal em seu insalubre trabalho. No leito de morte ele se refez, usando seus conhecimentos para enriquecer e pagar pelo tratamento médico que reconstruiu seu corpo, e por fim forjar a identidade do Conde Vidian. Agora, ele planejava vingar-se do Barão Danthe. Ele destruiria a lua, prometendo extrair torilídio suficiente para milhares de anos, mas que na verdade duraria apenas um ano. Antes deste prazo, ele entregaria a operação ao Barão, que seria então o culpado pelo minério perdido.

Os quatro resolveram agir para salvar a população de Gorse, mas perceberam que precisariam de ajuda. Passando-se por Vidian, Kanan atraiu a capitã Sloane até os aposentos, e a prendeu no campo de estase assim que ela entrou. Após exporem seu caso a ela, os heróis fugiram, deixando o campo programado para desligar depois de algumas horas, pois, afinal, não sabiam se tinham realmente conseguido convencer a capitã a ajudá-los. Sem mais dificuldades, eles conseguiram fugir e voaram de volta para Gorse, onde pretendiam usar o sistema de vigilância imperial para avisar a população dos planos de destruição da lua. Enquanto isso, após se libertar do campo de estase, Sloane acordou o Vidian, contando a ele o ocorrido, aparentemente ainda fiel a ele.

No caminho, Zaluna questionou a si mesma se deveria continuar ajudando-os ou desistir e entregá-los ao império, mas, mesmo sem saber dos seus pensamentos, Hera disse as palavras certas para convencê-la a permanecer com eles. Ao chegarem ao sistema de Gorse, eles se espantaram ao perceber que as naves imperiais tinham chegado primeiro, por serem mais rápidas, inclusive uma enorme nave refinadora de torilídio do próprio Vidian. Skelly percebeu que o plano de destruição da lua, usando os estudos que ele mesmo tinha elaborado, já estava em execução. As naves de transporte, como a deles, já estavam abastecendo os locais de detonação com os explosivos trazidos de Calcoraan. Precisando ganhar tempo, Kanan usou o rádio para provocar uma confusão entre os pilotos destas naves, e usou o único canhão laser da sua nave para afastar os colegas dos pontos de entrega.

Percebendo que não poderiam continuar por muito tempo atrasando a entrega de explosivos, eles decidiram mudar de estratégia. Usando toda sua habilidade de piloto, Hera conseguiu pousar dentro da nave refinadora, onde eles rapidamente desembarcaram e se esconderam (esta parte ficou meio forçada, mas todos conhecemos a famosa ineficiência dos stormtroopers, não é?). Porém, no meio da confusão, Skelly acabou caindo de uma escada e se separando deles. Eles encontraram o escritório do Vidian, único lugar de onde poderiam enviar uma mensagem para toda a população de Gorse, alertando-os sobre a iminente destruição da lua. A sala parecia ocupada apenas por dróides, que eles conseguiram despistar, mas assim que Zaluna começou a enviar a mensagem, foi descoberta por Vidian. Kanan e Hera lutaram um novo round contra o ciborgue, que mais uma vez saiu-se melhor. No meio da luta, Zaluna tentou com ajudar uma arma de raios. Vidian esmagou a arma com as mãos, fazendo com que ela explodisse, o que feriu Zaluna no rosto e a cegou.

Enquanto isso, em sua própria nave, a capitã Sloane desvendou todo o plano de Vidian. Ele não só pretendia deixar o seu desafeto, o Barão Danthe, com a responsabilidade de prover o torilídio para o império após um ano. Ele também deixaria que a Sloane recebesse a culpa pela destruição do minério disponível na lua. Além disso, ela descobriu, havia uma quantidade absurdamente maior do minério no lado claro do planeta. Graças ao delicado equilíbrio gravitacional entre Gorse e sua lua, Cynda, o planeta mantinha uma face permanentemente exposta ao sol, o que a tornava inabitável pelo calor. Também era impossível o trabalho de seres orgânicos neste hemisfério, para extração do minério. Vidian pretendia usar dróides adaptados ao calor para a exploração. Ao tomar conhecimento destes planos, Sloane comunicou ao imperador, que ordenou a prisão de Vidian. Imediatamente ela transmitiu a ordem aos seus soldados, que, ironicamente, acabaram salvando nosso trio de heróis.

O Conde Vidian conseguiu se livrar dos stormtroopers, mas foi impedido de acionar a detonação que destruiria a lua pela capitã Sloane, que ordenou que sua nave bombardeasse a ponte de comando onde ele se encontrava. Kanan conseguiu tirar a Hera e Zaluna do local, mas precisou usar a Força para protegê-los, revelando seu segredo à Hera. Assim como a maioria dos trabalhadores na nave refinadora, eles conseguiram chegar à uma capsula de fuga e escapar. Vidian também tentou fugir, porém, Skelly o encontrou primeiro. Ele o segurou por alguns instantes, e detonou uma de suas bombas, matando ambos.

Alguns dias depois, a capitã Sloane foi condecorada pelos serviços ao império. Ela recebeu o comando definitivo do seu destróier, mas percebeu que o seu segundo em comando, o comandante Chamas, trabalhou em segredo junto com o Barão Danthe contra o Vidian, e que provavelmente agora almejava sua nave. Em um prosaico planeta agrário, Kanan encontrou a Zaluna e a Hera, pois eles viajaram separados para evitar chamar atenção (o que não fez muito sentido, já que a Hera usou a própria nave, a Ghost). Em paz e satisfeita por finalmente morar em um planeta com luz do dia, depois de uma vida no escuro de Gorse, Zaluna disse que não pretendia recuperar a visão usando próteses. Eles se despediram com demonstrações de carinho fraternal, cientes de que provavelmente nunca mais se encontrariam.

Mais tarde, Kanan se encontrou com Hera. Ela insistiu para que ele se juntasse à rebelião, mas ele ainda estava reticente. Porém, foi só ver a Ghost que ele foi acometido do proverbial amor à primeira vista. Ele ficaria satisfeito só de poder viajar naquela nave, mesmo que a Hera nunca o deixasse pilotar.

A nave Ghost
A nave Ghost

*** FIM DOS SPOILERS ***

O livro tem uma enredo simples, mas que prende a atenção do leitor pelo ritmo e pelas interações entre os personagens. A história toda acontece em poucos dias, e os heróis passam rapidamente de completos estranhos a uma equipe afinada. É muito prazeroso ver o sentimento de amizade se formando entre eles, principalmente para quem assistiu a série animada e viu para onde a parceria do Kanan e Hera caminhou. Aliás, para quem conhece a série, esta história funciona muito bem como um episódio mais extenso, pois ela reproduz perfeitamente o espírito que vimos lá. Basta, como diz um amigo meu, “renderizar as cenas na sua cabeça”.

Tenho duas queixas, porém. A primeira é que o autor usa um tom muito informal, abusando do coloquialismo principalmente nas falas dos personagens, mas inclusive na narração. Os personagens usam muitas contrações, o que deixa as falas muito próximas da maneira como falamos no dia a dia, e também dos diálogos da série animada, mas que não soa muito bem no texto escrito. A segunda é que a editora deixou passar alguns erros de revisão, nada grave, apenas aqui e ali. Na página 245, por exemplo, alguém propõe um brinde “a Boss Lal”, recentemente assassinada. Além da ausência da crase, em nenhum outro ponto do texto foi usado o termo em inglês, sendo preferida a tradução “Chefe Lal”. Nada que prejudique a compreensão do texto, apenas incomoda um pouco.

A leitura é recomendada para qualquer fã de Star Wars, principalmente para quem assistiu a série animada. Porém, como eu disse no início deste post, a edição está fora de catálogo, então não é fácil encontrá-la. Busque em sebos ou até na Amazon, onde o preço não está muito convidativo, ou leia a versão em inglês no seu e-reader predileto.

Nota do Vini: 8 / 10 🙂

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