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[Resenha] Mickey e Pateta: Pé na Estrada (Disney / Panini)

Sinopse da editora:

“Uma divertida e inusitada homenagem ao romance mais polêmico de Jack Kerouac marca a estreia do selo Graphic Disney. Estados Unidos, década de 1950. Aspirante a escritor, Mickey aceita a tarefa de transportar duas bobinas de impressão de um lado a outro do país. Na viagem, ele conhece Pateta, um libertário de bem com a vida e cheio de jogo de cintura para encarar qualquer contratempo. E problema é o que não vai faltar na longa jornada desses amigos improváveis, pois tem gente muito mal-intencionada atrás deles! A Panini Brasil lança mais uma coleção de HQs Disney, agora enfocando o trabalho autoral de quadrinhistas contemporâneos, em volumes recheados de atrações extras, como esboços e comentários de bastidores.”

Ficha técnica:

  • Formato 20,5 x 31,5 cm
  • Capa dura
  • Lombada quadrada
  • 80 páginas
  • Data de publicação: novembro de 2019

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Os quadrinhos Disney fazem parte da minha vida como leitor desde o início, juntamente com os da Turma da Mônica. A mistura de humor e aventura, característica das histórias dos moradores de Patópolis, sempre me agradou. Esta graphic novel, uma das muitas lançadas pela Panini recentemente, é um excelente exemplo deste estilo Disney de quadrinhos.

Cuidado: alerta de spoiler!
Cuidado: alerta de spoiler!

A história acontece na década de 1950. Mickey é um aspirante a escritor, mas seu tio quer que ele aceite um cômodo emprego de contador na empresa da família. Mickey reluta em aceitar o trabalho, e leva seu primeiro texto a várias editoras. Porém, todos se recusaram a publicá-lo. Desiludido, ele está perto de desistir e aceitar a oferta do tio, quando recebe uma carta de uma editora, solicitando uma reunião.

Ânimo renovado, ele vai até a editora acreditando que finalmente terá seu livro publicado. Entretanto, em vez disso recebe uma missão: deverá levar duas bobinas de papel para o outro lado do país, na costa leste, onde funciona a outra sede da editora. Se ele conseguir cumprir a tarefa, o seu livro seria impresso. Ele hesita, pois não gosta de viajar, mas acaba convencido ao receber um adiantamento. Afinal, é sua chance de deslanchar a carreira de escritor.

Ao tentar comprar a passagem com o dinheiro que recebeu, Mickey percebe que foi roubado ou enganado, e na verdade não tem dinheiro algum. Ele se lamenta em voz alta, sem saber o que fazer, e é ouvido pelo Pateta, que se apresenta como “viajante, filósofo e, nas horas vagas, encanador”. Mesmo que também não tenha dinheiro, ele conta que isso nunca o impediu de viajar pelo mundo inteiro, e se oferece para ajudar o Mickey. Ele o leva até um trem de carga, em que eles embarcam como caroneiros e que os levará até uma parte do caminho.

A dupla desembarca em uma cidade quase deserta, em que o Pateta se oferece para ajudar um artista local em troca de hospedagem por uma noite. No dia seguinte, quando pretendem seguir viagem, eles são abordados por uma dupla de bandidos armados. Eles fogem, apenas para literalmente esbarrar em outra dupla, desta vez de homens de terno preto, também armados. Mickey e Pateta conseguem se livrar dos quatro perseguidores, e pegam carona com um caminhoneiro, em troca de ajudar a descarregar sua carga de toras de madeira quando chegarem ao local da entrega.

No caminho, eles conversam bastante. Ao passar por belíssimas e variadas paisagens, Mickey passa a entender o gosto do Pateta por viajar. Já na serraria e com a carga do caminhão descarregada, ele conta ao novo amigo a história do seu livro, mas o Pateta não gosta do que houve. Segundo ele, falta ao Mickey a experiência de ter vivido suas histórias, antes de contá-las. Eles tem um breve desentendimento, dissipado quando percebem que foram encontrados pelos bandidos. Eles conseguem fugir novamente, flutuando em uma das toras – e é claro que estão indo em direção a uma queda d’água!

Eles escapam da enrascada, mas não dos bandidos. Mickey nota que a dupla de terno, na verdade, parece perseguir os bandidos, e não a eles. Mais uma vez despistando as duas duplas, eles fogem por um encanamento. Chegando em uma cidade, o Pateta cria um novo slogan para um vendedor de carros usados, o que imediatamente atrai novos clientes. Em troca, eles recebem uma caminhonete velha como pagamento, e assim podem prosseguir com a viagem. A noite, parando em um restaurante, Pateta se apresenta como cantor em troca de refeição para ambos, mas o show é interrompido pela chegada dos bandidos.

Fugindo por dentro de um milharal, Mickey e Pateta acabam se separando. O Pateta é capturado pelos bandidos e amarrado. Os bandidos o interrogam, afirmando que eles sabem porque são perseguidos, mas, bem-humorado, o Pateta deixa claro que não sabe de nada. Mickey vai atrás do amigo, e encontra a cabana onde ele está sendo mantido. Juntos, eles conseguem nocautear os dois bandidos, mas quando tentam fugir são finalmente pegos pela dupla de terno.

Como era de se esperar, a dupla se apresenta como agentes do governo que perseguiam os bandidos. Eles explicam que o Mickey foi enganado pelo dono da editora, e que na verdade uma das bobinas que ele transportava era de papel filigranado, roubada da Casa da Moeda. O dono da editora é um conhecido falsário, e pretendia usar o Mickey para entregar o papel moeda aos comparsas. Bandidos presos, Mickey se despede do Pateta e volta para casa. Apesar de ter gostado mais do que imaginaria da experiência, ele pretende aceitar o emprego na empresa do tio.

Porém, antes de começar o novo emprego, ele recebe a ligação de um outro editor. Este conta que comprou uma bobina de papel com o nome do Mickey, que continha um incrível relato de viagem. O editor quer publicar um livro com o texto, e achou que ele fosse o autor. Mickey percebe que o relato foi escrito pelo Pateta, e promete ao editor que vai encontrar o amigo para convencê-lo a autorizar a publicação. Ele o encontra em um trem de carga, pronto para iniciar uma nova viagem. Pateta o convida a explicar o motivo que o fez procurá-lo enquanto o acompanha em mais uma aventura, e Mickey aceita prontamente.

*** FIM DOS SPOILERS ***

Como dito por um dos autores, Paolo Mottura, em texto extra no final da HQ, trata-se de uma homenagem, e não uma paródia, da obra original homônima de Jack Kerouac. Nunca li o livro, e portanto não posso comparar a versão Disney com o original. Mas esta história é divertidíssima, apesar dos clichês óbvios. Fica claro desde o início, especialmente para quem conhece os quadrinhos Disney, que o Mickey está sendo enganado pelo suposto dono da editora, e que a dupla de terno na verdade são os mocinhos. Mesmo assim, essa previsibilidade faz parte da graça da história para os adultos, e não atrapalha a experiência para as crianças.

A arte, começando pela belíssima capa, é uma atração em si, mostrando um pouco das muitas paisagens espetaculares encontradas nos Estados Unidos. A edição tem capa dura, formato gigante, e um papel de gramatura alta e ótima qualidade, com muitos extras. Porém, o preço por todo este luxo é um pouco alto. Ainda assim, a compra é muito recomendada para leitores e colecionadores.

Nota do Vini: 8 / 10 😀

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